Você sabe o que é Coaching? Não sabe? Mais ou menos? Tem uma vaga ideia?
Sabe o que aconteceu quando a
música sertaneja começou a fazer sucesso e o estilo brega entrou em decadência?
Sim, você sabe. Ocorreu uma migração em massa de artistas bregas para o estilo
sertanejo, resultando no surgimento de um gênero novo, que incorporava
elementos importados do pop com os arranjos vocais em terça para traduzir
aquela interminável dor-de-corno que os bregas tanto amam e faz parte do seu
DNA. Foi aí que os músicos sertanejos de origem, aqueles legítimos herdeiros
dos “caipiras” nutridos no nosso folclore e que fizeram um esforço heroico para
obter o reconhecimento da música sertaneja, reagindo a esse processo de
descaracterização, criaram o termo “sertanejo raiz” para identificar o produto
original, sem aditivos e adulterações. E chamaram de “sertanejo nutela” a toda
corrente que incorporava modismos de ocasião.
Pois é, foi isso que
aconteceu com o Coaching, um nome estranho para uma metodologia nova, que
começou a ganhar visibilidade no Brasil exatamente quando começou a ser
questionada a eficácia da literatura de autoajuda e dos palestrantes
motivacionais. Percebendo seu mercado ameaçado pelo desgaste da imagem, esses
profissionais precisavam de uma nova roupagem, uma nova denominação, um novo
rótulo, para continuarem a vender “a qualidade de sempre, agora em nova
embalagem”. Nos modismos do RH, o Coaching era a bola da vez... E logo uma
legião de palestrantes motivacionais, treinadores indoor e outdoor, terapeutas disso
e daquilo, consultores comportamentais, gurus e xamãs formaram fila para vestir
o novo figurino, afixando adesivos de COACHING em letras brilhantes nas suas
latinhas que continham exatamente o mesmo conteúdo de sempre. A velha latinha, AGORA
COACHING! A qualidade de sempre, agora em nova embalagem.
E foi assim que surgiu a onda
do Coaching Nutela, que se alastrou feito praga, descaracterizando o termo
Coaching a ponto de virar piada. Ante o ridículo atroz a que sua atividade vem
sendo exposta em todos os meios de comunicação, por conta das inúmeras
bizarrias e esquisitices apregoadas e praticadas em seu nome, resta aos coaches
de origem, quando questionados, a mesma resposta dos sertanejos fiéis a suas
origens:
Hoje tem dois tipos de
Coaching no mercado – o Coaching Raiz
e o Coaching Nutela. Ou, para os mais
antigos, Coaching Viúva Porcina, a que
era sem nunca ter sido.
Alberto Centurião
Coach certificado pela Sociedade Latino Americana de Coaching e
International Association of Coaching−Institutes, com especialização em
coaching executivo e liderança coach.
Autor dos livros:
Brasil 500 Anos de Mau Atendimento – Ombudsman, a face da empresa
cidadã –Call Center ao alcance
de todos − Livrinho! (Micropoemas)
– O Caminho, Uma história de Coaching (E-book).
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