terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Minhas previsões para 22, 23, 24...


 No clima da virada do calendário para 2022, decidi colocar sobre a mesa o meu bolômetro de cristal, a fim de arriscar algumas previsões para o que resta desta mal começada década. Aos patrulheiros de plantão, alerto que não coloco aqui nenhuma emoção, move-me apenas a boa e simples lógica aplicada à análise racional da cena posta neste final de 2021 e das tendências verificadas no período recente. Candidato-me a vidente, não torcedor.

1.      Lula vai ganhar a eleição em 2022.

2.      Em 2023 o Brasil vai reativar o Mercosur e firmar pra valer o acordo bilateral de livre comércio do Mercosur com a União Europeia. Vai também voltar com força para os braços dos BRICS, aquecendo a retomada dessa grande parceria internacional.

3.      Em 2024 o Banco dos BRICS vai se consolidar e será lançada a moeda de referência dos BRICS para o comércio internacional, independente do dólar.

4.      Em 2025 será firmado um acordo entre os BRICS e o Mercosur para adoção da nova moeda de referência no comércio entre os participantes desse acordo.

5.      A partir de 2026 outros países e blocos irão gradualmente aderir à nova moeda do comércio internacional, ameaçando a hegemonia do dólar.

6.      O PIB China vai ultrapassar o dos EUA em 2026.

7.      A partir de 2026, perdendo o privilégio de ser a moeda exclusiva para o comércio internacional, o Dólar sofrerá progressiva e irreversível desvalorização externa. O resultado dessa desvalorização será o retorno massivo ao lar da imensa quantidade de dólares em circulação no exterior. Grandes investidores ingressarão nos EUA trazendo dólares e comprando setores estratégicos da cultura e economia estadunidenses, a exemplo do que já vem ocorrendo. O resultado desse processo será o excesso de moeda em circulação interna, gerando hiperinflação nos EUA.

8.      Em 2027/2028, aproveitando a desvalorização do dólar, os países devedores quitarão seus débitos com os EUA, que receberão ainda mais dólares, agravando o processo inflacionário, fazendo o dólar perder poder de compra também dentro dos EUA.

9.      Em consequência desse processo, 2028 será um ano de crise para o mercado financeiro estadunidense e internacional, lastreado em dólar. As maiores instituições financeiras globais ficarão insolventes, gerando um efeito dominó.

10.  Em 2029 viveremos uma nova Crise de 29, com o sistema financeiro internacional no auge do stress, chegando a um ponto de fratura. As criptomoedas farão seu papel na erosão do sistema financeiro tradicional, dando origem a sistemas alternativos.

11.  A década de 2030 marcará um novo período macroeconômico, num cenário global descentralizado, embora com hegemonia da China, a nova potência mundial. O poder hoje concentrado nas mãos dos investidores que controlam o sistema monetário internacional, com a derrocada desse sistema, retornará aos produtores de bens e serviços, como outrora, nos tempos da revolução industrial. Os blocos continentais se consolidarão, proporcionando desenvolvimento sustentado e melhor distribuído. A diversificação dos fluxos de comércio e parcerias internacionais promoverá o desenvolvimento socioeconômico em regiões hoje marginalizadas, como África e América Latina.

12.  A praga do neoliberalismo econômico, se não erradicada de vez, entrará em decadência, deixando espaço para maior distribuição de renda, redução da pobreza extrema, desaparecimento dos bolsões de miséria e fome congênita. Novas condições de trabalho e renda serão conquistadas e desenvolvidas, resultando na universalização do acesso a escola, saúde e moradia.

13.  Os anos 2030 também serão marcados pelos automóveis elétricos autoguiados, entregas por drones e drones tripulados causando congestionamento no espaço aéreo urbano.

14.  Além dessas tendências, é importante lembrar que a década atual marcará o fim da era dos combustíveis fósseis, com a decadência da indústria do petróleo e a humanidade ingressando, a partir dos anos 30, na era da energia limpa, de fontes renováveis, desativando usinas termonucleares e termoelétricas a óleo e carvão. Com o aproveitamento da energia solar, eólica e das marés, também os grandes lagos de usinas hidroelétricas ficarão obsoletos, com os rios sendo devolvidos ao seu curso normal. Espero estar vivo para rever a maravilha das Sete Quedas emergindo das águas do lago de Itaipu.

15.  Tudo isso se, numa tentativa desesperada de resistir ao avanço da História, os EUA não inventarem uma nova guerra, como costumam fazer sempre que a situação não é favorável às suas corporações. Entretanto, tal tentativa seria vã e os rescaldos de uma guerra perdida acelerariam a decadência.

Alberto Centurião – Coach, consultor e dramaturgo.