sábado, 30 de outubro de 2010

Atitude interna e Comportamento externo

Todo ser humano almeja ser aceito, amado e compreendido em seus contatos sociais. Quando se trata de nossa profissão e de nossos contatos comerciais, a capacidade de comunicar a vontade interna com eficácia é muitas vezes a diferença entre o fracasso e sucesso de uma carreira.
Quando somos compelidos, por nossas atividades profissionais, a falar em público e precisamos comunicar nossa verdade para diversas pessoas ao mesmo tempo, é indispensável conservar uma atitude interna positiva e ter competência para transformá-la em gestos e comportamentos convincentes.
Para haver perfeita compreensão e assimilação de um discurso ou palestra, é preciso que exista coerência entre o conteúdo expresso e a atitude interna do palestrante. Ou seja, não conseguiremos ser convincentes nem nos fazer entender com clareza, se não estivermos acreditando naquilo que dizemos.
No processo normal de comunicação, o público assimila mais conteúdo não verbal do que verbal. Alguns estudiosos falam em 70% de conteúdo não verbal para 30% de conteúdo verbal, outros chegam a afirmar que a relação é de 90% para 10%. Não existem meios de se aferir esta relação com precisão, mas o certo é que o conteúdo não verbal é sensivelmente maior. Portanto, se a nossa atitude interna for contraditória, esta contradição irá transparecer em nossa linguagem corporal, gestual e facial, a despeito da nossa vontade, dando origem às sombras expressivas denunciadoras da nossa verdade interior.
Tudo começa com a escolha do tema a ser tratado na palestra ou discurso. Ele deve atrair, apaixonar e motivar o orador. Se não houver ainda grande afinidade com o tema é preciso estudá-lo e assimilá-lo até que haja bastante verdade e espontaneidade no comportamento externo. Com um perfeito “apoio interior” que seja coerente com o conteúdo, evitaremos vícios de linguagem gestual/corporal e sombras expressivas.
Conceitos mal assimilados ou mal compreendidos serão sempre comunicados de forma truncada, incompleta ou preconceituosa. Emoções desequilibradas relacionadas com um determinado assunto, também irão interferir. A visualização equivocada de um tema induzirá o palestrante a uma formulação distorcida. Todos estes fatores resultarão em expressões, olhares, gestos e postura corporal inadequados, prejudicando o processo comunicativo e impedindo a troca energética positiva com o público.
A fé no que dizemos nos leva a uma atitude de total comprometimento, que magnetiza a audiência, estabelecendo um intercâmbio vibratório com cada indivíduo. O orador funciona como um guia para o público, sugerindo qual é o foco que deve ser seguido e de que modo todos devem encarar o assunto que está sendo tratado.
Gestos ensaiados, andar e postura artificiais e expressões forçadamente simpáticas ou grandiosas, não criam envolvimento. Este efeito é conseguido automaticamente, quando acontece a coerência espontânea entre o exterior e o interior da pessoa que fala. Melhor dizendo, o exterior (forma) deve ser a manifestação de um estado interior autêntico do orador. Quando isto acontece, estabelece-se um fluxo energético que perpassa todo o ambiente, facilitando a sintonia e a inspiração.
Da mesma forma que durante uma palestra podemos envolver um auditório com nossa fé, nossa paixão ou alegria, podemos também, em nossos contatos sociais, conquistar amigos, parceiros e colegas de trabalho com nossa atitude interna positiva coerente com nossos gestos exteriores.
É preciso ter metas que nos motivem, paixão por nossos ideais e consciência de que, para trilhar um caminho com satisfação e sucesso, dependemos de um eficaz processo comunicativo: os outros precisam nos entender, aceitar e ter prazer em compartilhar conosco a caminhada.

Ione Prado

Consultora com atuação em programação Pessoal, comunicação e relacionamento com clientes internos e externos, liderança e motivação.
Palestrante, atriz e autora de teatro-treinamento, diretora da CENTURIONE Teatro-treinamento.