quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A Pirâmide Empresarial como ferramenta de Coaching Executivo


Um dos mais conhecidos instrumentos de classificação dos níveis de atividade em uma organização é a Pirâmide Empresarial, habitualmente representada como um triângulo seccionado em três faixas, cada uma delas representando um desses níveis, sendo a base o nível Operacional, a faixa do meio representando o nível Tático e o vértice superior representando o nível Estratégico.
De uma perspectiva coletiva, a representação explicita graficamente a distribuição do trabalho e níveis de responsabilidade na organização, sendo base ocupada pela população mais numerosa e o topo o espaço mais restrito, onde se situa a cúpula da organização.
Considerada de uma perspectiva individual, essa representação permite visualizar as diferentes atribuições de um mesmo indivíduo em sua rotina de trabalho na empresa.  Especialmente útil quando se trata do corpo gerencial, possibilita, de forma simples e rápida, uma estimativa percentual das atribuições gerenciais e sua classificação por nível estratégico.
Na prática do Coaching Executivo, temos utilizado a Pirâmide Empresarial como um instrumento prático de auto avaliação dos gestores, a fim de estabelecer com clareza a situação atual de seus níveis de comprometimento estratégico / tático / operacional, com comparação com o que seria a situação ideal, que possibilitaria alcançarem sua melhor performance. A aplicação é extremamente simples, colocando-se diante do coachee a representação gráfica da pirâmide, formulando-se a pergunta inicial:
− Considerando a sua rotina de trabalho atual, quantos por cento da sua atividade estão focados em cada um desses níveis – Operacional, Tático e Estratégico?
A seguir, pede-se que o cliente anote, à esquerda do gráfico, as porcentagens declaradas.


                              Atual                                 Desejado

                                 ____%    Estratégico    ____ %                      

                       ____%                 Tático                ____ %                       
  
            ____%                       Operacional                    ____ %                       

É surpreendente o efeito provocado por essa simples visão. A situação mais comum é que neste momento os gerentes percebam o quanto estão desperdiçando tempo e energia em atividades operacionais, quando deveriam estar dedicados às questões táticas e estratégicas. Isso ocorre porque frequentemente os gerentes se deixam levar pelas demandas do dia a dia, apagando incêndio e solucionando problemas não previstos, consumindo seu tempo em ações reativas, esquecendo-se de ser proativos.
Este é o momento de ajudar o cliente, através de perguntas estimuladoras, a perceber quando – e o quanto – estão minimizando seu papel de gestores e subutilizando sua capacidade profissional. A sequência de perguntas encaminhará a investigação das possíveis causas dessa situação: falta de planejamento, delegação insuficiente, timidez e falta de autonomia do gestor, percepção inadequada do seu papel gerencial, falta de qualificação da equipe ou desperdiçadores de tempo em geral.
Uma vez explorado o quadro atual, é chegado o momento de projetar a situação desejada, perguntando:
− Qual seria a situação ideal? Quantos por cento das suas ações deveriam estar direcionados a cada um desses níveis, para você alcançar o maior rendimento possível em seu trabalho como gerente?
Convida-se então o cliente a preencher os campos do outro lado da figura, configurando a situação desejada.
Por meio de nova sequência de perguntas, o coach ajuda o cliente a perceber com clareza de que maneira essa nova orientação se refletiria em sua performance, especificando os ganhos que viria a proporcionar para a empresa e para o seu departamento com esse direcionamento.
O próximo passo será perguntar ao cliente:
− Qual o caminho para evoluir da situação atual para essa situação desejada?
  
Atual            ==>>            Desejado

Neste momento fica evidenciado que a orientação de trabalho autodefinida como “ideal” – a situação desejada – é uma meta a ser alcançada.
Resta então estabelecer as ações a serem praticadas – o passo a passo, caminho das pedras, plano de ação, lista de tarefas ou seja lá o nome que se prefira dar a esse processo – para o gerente orientar progressivamente seu direcionamento aos níveis mais elevados da pirâmide, deixando de ser Operacional/Tático para tornar-se Tático/Estratégico.
O último passo desta sessão de coaching é estabelecer um prazo razoável para essa mudança, com um cronograma de tarefas a serem cumpridas e metas de processo a serem superadas até alcançar essa meta de resultado.
Esta abordagem tem se mostrado muito eficaz, especialmente no trabalho com média gerência, proporcionando dois benefícios imediatos: estimular o gerente a potencializar seu rendimento no nível hierárquico em que se encontra e, se for o caso, perceber que tem potencial para atuar em nível estratégico, o que levará adiante suas metas, ampliando seus horizontes e projetando o coaching a outro patamar de questionamento.
Alberto Centurião é coach certificado pela Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC), com especialização em coaching executivo.

Um comentário:

  1. Olá Alberto.
    Independentemente da atividade da empresa a teoria da pirâmide empresarial continua sendo válida, digo, em empresas a base normalmente os operadores deve ser mais numerosa do que o topo, que é a gestão? Qual historicamente têm sido proporções para empresas saudáveis?

    ResponderExcluir