A transição
do micro para o pequeno porte, ou do pequeno para o médio porte, demanda
mudanças de estrutura, organização e funcionamento. Esse rito de passagem será
tanto mais bem sucedido, quanto melhor o desempenho da pessoa à frente do
processo, que geralmente é o sócio controlador da empresa.
Por que
algumas empresas crescem e continuam crescendo, enquanto outras crescem e
estacionam em novo patamar, outras permanecem estagnadas ou crescem e depois
regridem, voltando à condição anterior? O que a experiência tem demonstrado é
que o gestor tem influência determinante sobre o porte que a empresa atingirá
ao longo do tempo, seja por opção ou porque sua capacidade administrativa
chegou ao limite.
O conceito de
“gargalo”, concebido no ambiente fabril para identificar pontos de
estrangulamento na linha de produção, vem sendo aplicado a todas as áreas da
organização, em todos os setores de atividade, sempre que um setor mostra-se
incapaz de corresponder à demanda, obstaculizando dessa forma o desempenho dos
outros departamentos, ou da organização como um todo.
O que ocorre
é que as competências desejáveis em um gestor variam conforme o porte da
organização. Enquanto no micro porte o gestor é obrigado a “pôr a mão na
massa”, assumindo muitas funções operacionais, no pequeno porte torna-se menos
operacional, porém ainda gerenciando “de perto”, a atuar praticamente como um
supervisor. À medida que a empresa cresce as atividades se multiplicam e
tornam-se mais complexas, chegando a um ponto em que o gestor não consegue mais
estar presente em todos os locais e dar sua bênção a todas as decisões. Queira
ou não, terá que delegar mais, abrindo mão do controle direto sobre o nível
operacional para conseguir dedicar-se às atividades táticas e estratégicas. O
rito de passagem do médio para o grande porte será ainda mais traumático,
porque, quanto maior o porte, mais estratégica deverá ser a atuação gerencial,
em detrimento das funções táticas e minimizando as operacionais.
Empresa próspera, gestor estressado?
Com o
crescimento dos negócios, o número de decisões a ser tomado diariamente cresce
exponencialmente; o grau de exposição a relacionamentos internos e externos
aumenta e com isso multiplicam-se os conflitos e as possibilidades de ocorrer
alguma não conformidade; a planta de atividades se amplia com o surgimento de
filiais e unidades autônomas, de modo que o gestor não consegue mais estar em
todos os lugares ao mesmo tempo. Caso não esteja preparado para delegar,
planejar e sistematizar os processos, o gerente acabará por exaurir suas
forças, assumindo carga excessiva de execução e supervisão, de modo que sua
capacidade de pensar estrategicamente acaba soterrada pela sobrecarga de
tarefas cotidianas. Torna-se então um “gerente bombeiro”, passando os dias a
apagar incêndios e correr atrás de uma agenda inalcançável.
Muitos
empreendedores bem sucedidos queixam-se da sobrecarga de trabalho, alegando que
não têm mais tempo para a vida pessoal porque a empresa esgota todas as suas
energias. A fim de preservar suas forças e empregar bem seus talentos
gerenciais, o gestor precisa reinventar-se profissionalmente, desenvolvendo novas
competências e desapegando-se das funções que podem (e devem) ser delegadas.
Coaching executivo focado no
desenvolvimento gerencial
Em minha
vivência como coach tenho conhecido muitos empresários que sentem saudades dos
primeiros tempos de sua empresa, quando ainda lhes restava “tempo para viver”.
Por outro lado, seus colaboradores queixam-se de falta de autonomia e
morosidade nas decisões da gerência.
O que a
experiência tem demonstrado é que uma pessoa capaz de iniciar um negócio
lucrativo com potencial de crescimento certamente reúne os talentos necessários
para prover o desenvolvimento desse empreendimento. O que fazemos no coaching é
ajudar essa pessoa a identificar as competências que precisa adquirir, a fim de
adequar seu modo de gestão às novas demandas de uma organização em crescimento,
liberando-se de velhas funções para enfrentar novos desafios. Dessa forma evita
a sobrecarga de trabalho, garantindo sua qualidade de vida e dando oportunidade
de crescimento a seus colaboradores.
Alberto Centurião
Coach Executivo, Coach de Vida e Carreira