terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Quando o gestor se torna o gargalo da empresa

A transição do micro para o pequeno porte, ou do pequeno para o médio porte, demanda mudanças de estrutura, organização e funcionamento. Esse rito de passagem será tanto mais bem sucedido, quanto melhor o desempenho da pessoa à frente do processo, que geralmente é o sócio controlador da empresa.
Por que algumas empresas crescem e continuam crescendo, enquanto outras crescem e estacionam em novo patamar, outras permanecem estagnadas ou crescem e depois regridem, voltando à condição anterior? O que a experiência tem demonstrado é que o gestor tem influência determinante sobre o porte que a empresa atingirá ao longo do tempo, seja por opção ou porque sua capacidade administrativa chegou ao limite.
O conceito de “gargalo”, concebido no ambiente fabril para identificar pontos de estrangulamento na linha de produção, vem sendo aplicado a todas as áreas da organização, em todos os setores de atividade, sempre que um setor mostra-se incapaz de corresponder à demanda, obstaculizando dessa forma o desempenho dos outros departamentos, ou da organização como um todo.
O que ocorre é que as competências desejáveis em um gestor variam conforme o porte da organização. Enquanto no micro porte o gestor é obrigado a “pôr a mão na massa”, assumindo muitas funções operacionais, no pequeno porte torna-se menos operacional, porém ainda gerenciando “de perto”, a atuar praticamente como um supervisor. À medida que a empresa cresce as atividades se multiplicam e tornam-se mais complexas, chegando a um ponto em que o gestor não consegue mais estar presente em todos os locais e dar sua bênção a todas as decisões. Queira ou não, terá que delegar mais, abrindo mão do controle direto sobre o nível operacional para conseguir dedicar-se às atividades táticas e estratégicas. O rito de passagem do médio para o grande porte será ainda mais traumático, porque, quanto maior o porte, mais estratégica deverá ser a atuação gerencial, em detrimento das funções táticas e minimizando as operacionais.
Empresa próspera, gestor estressado?
Com o crescimento dos negócios, o número de decisões a ser tomado diariamente cresce exponencialmente; o grau de exposição a relacionamentos internos e externos aumenta e com isso multiplicam-se os conflitos e as possibilidades de ocorrer alguma não conformidade; a planta de atividades se amplia com o surgimento de filiais e unidades autônomas, de modo que o gestor não consegue mais estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Caso não esteja preparado para delegar, planejar e sistematizar os processos, o gerente acabará por exaurir suas forças, assumindo carga excessiva de execução e supervisão, de modo que sua capacidade de pensar estrategicamente acaba soterrada pela sobrecarga de tarefas cotidianas. Torna-se então um “gerente bombeiro”, passando os dias a apagar incêndios e correr atrás de uma agenda inalcançável.
Muitos empreendedores bem sucedidos queixam-se da sobrecarga de trabalho, alegando que não têm mais tempo para a vida pessoal porque a empresa esgota todas as suas energias. A fim de preservar suas forças e empregar bem seus talentos gerenciais, o gestor precisa reinventar-se profissionalmente, desenvolvendo novas competências e desapegando-se das funções que podem (e devem) ser delegadas.
Coaching executivo focado no desenvolvimento gerencial
Em minha vivência como coach tenho conhecido muitos empresários que sentem saudades dos primeiros tempos de sua empresa, quando ainda lhes restava “tempo para viver”. Por outro lado, seus colaboradores queixam-se de falta de autonomia e morosidade nas decisões da gerência.
O que a experiência tem demonstrado é que uma pessoa capaz de iniciar um negócio lucrativo com potencial de crescimento certamente reúne os talentos necessários para prover o desenvolvimento desse empreendimento. O que fazemos no coaching é ajudar essa pessoa a identificar as competências que precisa adquirir, a fim de adequar seu modo de gestão às novas demandas de uma organização em crescimento, liberando-se de velhas funções para enfrentar novos desafios. Dessa forma evita a sobrecarga de trabalho, garantindo sua qualidade de vida e dando oportunidade de crescimento a seus colaboradores.
Alberto Centurião

Coach Executivo, Coach de Vida e Carreira